Agradecimentos pós-lançamento

Escrever contos é, para mim, uma forma de evasão à realidade. É uma forma de entrar em outros mundos, em outras vidas, criando histórias em que o denominador comum é, quase sempre, o amor. É uma escrita que me exige tempo e disponibilidade mas é uma escrita que me traz, de facto, um sentimento de paz.

Assumo que quando os comecei a escrever não me passava pela cabeça compilá-los e, muito menos, lançar um livro em meu nome.

Contudo, há uns largos meses, surgiu o convite de um amigo e de uma pequena editora para publicar um livro. O pensamento voou logo para os contos que estavam ali guardados numa gaveta (ou melhor, numa “pasta de documentos” no computador). O projeto parecia-me aliciante e decidi seguir em frente. As linhas mestras para o livro foram criadas nessa altura. Escolhi os contos que queria que fizessem parte deste livro, escrevi mais uns quantos, ordenei-os de acordo com uma ordem que me fazia sentido e até escolhi a artista que iria criar a capa para o livro: Bia Vieira, a minha sobrinha. Mas, nessa altura, apresentou-se no mundo uma atriz que não era esperada – a pandemia –  e o projeto ficou encostado a um canto, esquecido.

Este ano decidi voltar ao projeto. As linhas mestras da obra estavam criadas, a capa já tinha sido criada pela minha sobrinha artista  (que me propôs a capa que hoje o livro ostenta) e comecei a pensar que seria uma pena não aproveitar esse trabalho.

E foi assim que entre dúvidas, inseguranças e incertezas, decidi seguir em frente. O resultado dessa caminhada, algo solitária, surgiu no passado dia 25 de novembro, dia em que lancei, por fim, o meu primeiro livro! Posso dizer-vos que foi um dia inesquecível!

Assumo que os medos e inseguranças foram mais que muitos. “E se tivesse de enfrentar uma sala vazia?” “E se ninguém estivesse interessado em conhecer os meus contos e as minhas gentes que os habitam?” “E se lessem e não gostassem nem um pouco da minha escrita?” “E se a pessoas que tinha convidado para fazer uma resenha crítica da obra – Professora doutora Graça Sardinha – me destruísse em público afirmando que a minha escrita era pouco mais do que infantil?”

Assumo que os nervos e as inseguranças foram muitos. Para me acalmar pensava que estaria rodeada de família e amigos, de pessoas que gostam de mim.  E tenho de assumir que, quando penso nesse dia, muito foi apagado ou esquecido. Sem o perceber, devia estar com uma carga de nervos difícil de gerir. Mas a verdade é que foi um dia muitíssimo bom. A receção ao livro foi a melhor, os meus amigos ajudaram em toda a organização e fizeram com que tudo corresse pelo melhor, a presença da minha família encheu-me o coração. Senti que aquela sala estava recheada de boas energias, todos os que ali estavam presentes estavam lá porque gostavam de mim e porque queriam adquirir a minha obra. Foi um dia lindo e um dia de muito amor. É essa a memória que tinha quando, por fim, deitei a cabeça na almofada, ainda com um sorriso de orelha a orelha.

Hoje, olho para as fotografias e percebo que a boa energia que senti não foi pura ilusão minha: vejo o sorriso do meu pai e emociono-me porque percebo o orgulho de ver as suas duas filhas a serem ouvidas pelas muitas pessoas que ocupavam aquela sala, vejo os sorrisos rasgados, vejo aqui e ali as lágrimas que pontuaram alguma emoção sentida, vejo os abraços apertados de quem se gosta genuinamente. Foi um momento lindo e que dificilmente esquecerei.

Agradeço de coração a presença de todos os que estiveram naquele auditório. Sei bem o esforço que alguns fizeram para estar ali e acompanhar-me neste meu momento!

Antes de iniciar a sessão, numa entrevista para a rádio, questionavam-me se a este livro se seguiria mais algum. Mostrei as minhas incertezas. Disse que a vontade de escrever continuava a habitar-me mas que a criação de outro livro dependeria do sucesso ou não deste livro. Hoje, posso dizer: quero muito continuar a escrever e quero muito que este seja o primeiro de muitos!

Como dizemos por cá na Covilhã, um bem haja a todos os que me fizeram sentir especial, que me fizeram sentir que valia a pena adquirir o meu livro e, acima de tudo, que vale a pena continuar a escrever!

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