Mais um ano a acabar e mais um ano em que por aqui passaram crónicas, contos, histórias de amor intemporais e histórias de vida de mulheres que fizeram a diferença. Tal como em anos anteriores, decidi escolher um texto publicado por cada mês deste 2022 para revisitar e partilhar, outra vez. São as minhas escolhas. As vossas (dos leitores que por aqui andam) poderiam ser outras, claro. Cá vai a minha lista!
Em janeiro decidi destacar…
a crónica “Pela fé é que vamos”
“Mas a verdade é que a repetição destes gestos, no início do ano, mais não são do que uma atestação de fé. Precisamos de ter fé, precisamos de acreditar que o novo ano, que está a começar, deixará tudo o que foi mau para trás e que este novo início será positivo.”
No mês de fevereiro, destaco uma crónica que decorreu de um caso que me chocou em 2022, a morte de René Robert e o descaso de todos os que passaram por ele. A crónica teve o nome de “A indiferença é que nos mata”
“A indiferença é um sentimento que magoa. Ela passa uma mensagem, difícil de aceitar, que é “Eu não me importo contigo. Não me importo com os outros”. E essa mensagem ficou bem clara para René Robert. Ninguém se importou com ele, durante nove horas. A morte encontrou-o, sozinho, naquela noite gelada, sem que ninguém sentisse o imperativo de chamar uma ambulância.”
Do mês de março decidi relembrar um conto que resultou de um desafio lançado pelo Clube de Escritores que foi intitulado de “O Sonho”
“E embalando-me nesta doce ideia do sonho fechei os olhos, ajeitei melhor o corpo na cama, pensei nele e murmurei: Até já. Encontramo-nos num sonho teu ou, quem sabe, num sonho meu. E ainda não tinha acabado de pronunciar estas palavras e já as trevas do sono voltavam a cair sobre mim. Foi, desta vez, um sono contínuo, aconchegante e reparador.”
No mês de abril escolhi uma crónica intitulada “Felicidade, alegria, dor, sofrimento…pensamentos soltos“
“A esta forma de ver a vida se deve o entender a máxima Carpe diem, carpe horam no seu sentido literal: aproveitar hoje o dia, gozar o momento e, o amanhã logo se verá. Até porque penso que a dor e o sofrimento que possam advir de me ter atirado de cabeça e peito aberto nas situações não poderão ser maiores do que as dores proporcionadas pela incerteza de um “e se tivesse tentado? E se tivesse feito?” Costumo dizer que não há pior na vida do que um “e se?…” a ecoar nas nossas cabeças. E se eu tivesse tentado? E se eu tivesse tido coragem?… Essas sim são as questões que provam que a nossa fuga à dor e ao sofrimento não resultaram.”
No mês de maio optei por destacar mais um texto que resultou de um desafio do Clube de Escritores, uma “Carta a Olena: mãe, amiga, militar em combate na Ucrânia”
“Falo dessa primavera com sabor de verão, falo das cores e da alegria para te ajudar a lembrar que, bem perto de vocês, existe um mundo bonito e carregado de boas energias. Falo deste lado da Europa, falo do sorriso do teu filho quando brinca com o teu cão, falo da primavera, para que possas ter a certeza de que o mundo está a girar da forma certa por cá. Quero povoar a tua mente de imagens belas e felizes, coloridas, carregadas de gargalhadas e de cantos felizes. Quero que saibas que procuramos carregar os nossos dias de boas energias que enviamos em seguida, para vocês.”
A meio do ano, em junho, uma crónica que também surgiu para responder a mais um desafio do Clube de Escritores. “A maior lição que a vida me deu”
“E é por tudo o que acima fica referido é que considero que a maior lição oferecida pela vida é que ela acontece, transcorre, em momentos bons e menos bons. E considero que há que relativizar esta questão dos “menos bons” porque existe uma grande possibilidade de toda esta situação se tornar, mais cedo ou mais tarde, risível, quando decorrer algum tempo sobre a mesma. Assim sendo, a maior lição que a vida me deu foi ensinar-me que ela acontece, simplesmente, naturalmente. E só ganhamos em aceitar esse facto com serenidade.”
O mês de julho trouxe vários textos. Escolhi destacar um texto que veio falar de uma velha questão: cães ou gatos?
“Gatos e cães amam, ainda que de forma diferente, com cada grama do seu corpo, a família que os escolheu. E é esse amor que nos transmitem que nos faz amá-los por nosso turno. Gato ou cão, ambos…o importante é partilhar a vida com eles!”
O mês de agosto é, desde o início deste blogue, o mês de férias. Como tal, não existem textos para destacar neste mês.
No mês de setembro destaquei um texto da rubrica “Je t’aimais, je t’aime, je t’aimerais – Histórias de Amor Intemporais” em que falei de “O amor de Fred e Gladys, ou seja, do Rei Carlos III e da Rainha consorte”.
“Sou uma romântica e acredito no amor. Acredito que há pessoas que nasceram para estar juntas. E acredito piamente que Carlos e Camilla foram feitos um para o outro. Tal facto não impediu que ambos cometessem erros nas suas vidas pessoais e que, com esses erros, levassem inocentes a sofrer com os estilhaços desses erros. Mas…quem nunca errou que atire a primeira pedra. Os caminhos seguidos nas nossas vidas são, muitas vezes ,tortuosos e incompreensíveis, até para quem os trilhou…”
O mês de outubro tem como destaque um conto que resulta de mais um desafio, desta feita lançado pela Sandra Ramos da Escrevinhar. O conto ficou com o título de “O beijo secreto do sol e da lua“.
“Separaram-se, meio envergonhados. Ambos foram de opinião que aquele beijo deveria ser mantido em segredo entre os dois. E assim tentaram… Mas a verdade é que nunca mais conseguiram disfarçar o sentimento que os unia e que, finalmente, tinham deixado transparecer. De tal forma que em certas manhãs e em certos anoiteceres, ambos se mantêm por um tempo no céu, juntos, conversando animadamente e trocando olhares de desejo.”
Quase no fim do ano, no mês de novembro, destaco o conto “Para sempre. Aqui estou” (mais um desafio do Clube de Escritores).
“Para sempre. Aqui estou”. Estas tinham sido as palavras da sua mãe naquele dia fatídico. Aquele dia que ficou gravado na sua memória ainda de menino. Como o poderia esquecer? Tanto tinha sido vivenciado naquele dia! A expetativa da viagem, de visitar uma cidade grande, de visitar o Museu da Marioneta. Perspetivava-se uma grande aventura!”
No último mês do ano destaquei uma “Carta ao Pai Natal“, num desafio lançado, mais uma vez, pela Sandra Ramos e pelo seu blogue da Escrevinhar.
“Já deitada, virou-se para a janela de onde se podia ver as luzes a piscar no pinheiro que havia na rua. Murmurou, baixinho: Se morresse agora, morreria feliz. Contudo, gostaria de viver mais um ano, pelo menos, para viver outro Natal como este. Obrigada Pai Natal!“